quarta-feira, março 24, 2010

Nostalgia

Pela primeira vez eu vou me expor num texto, na verdade pela primeira vez não esconderei minha faceta atraso de uma personagem. Eu tive bons amigos no passado, num passado não tão distante, construímos memórias belíssimas, que não servem de nada, além de me causar uma terrível dor, dor de nostalgia, hoje estava eu limpando meu Orkut e decidi que eliminaria essas pessoas da minha vida, mas quando eu fui apagar o mais distante, idiota e que eu nunca o considerei como amigo, eu senti uma dor tão grande de perda, a mesma dor quando eu vivi enquanto eu via meu avô sendo enterrado e pior que eu mesma a causava essa dor, não tenho motivos pra ser sado maso, de jeito algum. Decidi odiá-los, mas como posso o odiar aquilo que um dia eu amei mais que tudo?
Eu simplesmente não posso odiar essas pessoas, nem ao menos esquecê-las, eu decidi deixá-las ali no meu grupo de amigos no Orkut, sendo a classe mais inferior de conhecidos, porque hoje aceitamos quaisquer um lá, é cool ter milhões de amigos naquela merda, sendo o mais distante que posso ficar sem ter essa dor me perturbando cada minuto do meu dia, como eu odeio essa nostalgia, como eu odeio amá-los, se estivessem mortos eu já os tinha superado, eu espero que morram logo, pois eu já não agüento mais a dor da saudade, eu já não agüento fato que eles me superaram. Então vou eu desativar a possibilidade de ver os meus visitantes recentes, para que eu possa segui-los e saber de suas vidas, sem que eles saibam de minha nostalgia.

terça-feira, março 16, 2010

Faminta

Clara não merecia a dor que sentia toda vez que ousava tentava amar Rodrigo, ele carregava um monstro entre as pernas que adentrava seu corpo com fome. A coitada não ficava sem voz com os berros que dava durante a noite por algum milagre, eu nunca entendi como ela continua a servir aquele ogro, que no meio dos berros havia suspiro de alegria e até prazer. Eu mesma Ana Guimarães já vi a criatura de Rodrigo, eu só a beijei, não tive coragem, mas aquilo tem fome de tão grande, entra nela arrancando seu ventre, arranca seu ar e destruindo suas barreiras e tornando-a impura, suja e lúdica.
E agora eles foram embora, pra tão distante me deixando faminta, de curiosidade, de necessidade e de medo.

domingo, março 07, 2010

Isso de mim que anseia despedida
(Para perpetuar o que está sendo)
Não tem nome de amor. Nem é celeste
Ou terreno. Isso de mim é marulhoso
E tenro. Dançarino também. Isso de mim
É novo: Como quem come o que nada contém.
A impossível oquidão de um ovo.
Como se um tigre
Reversivo,
Veemente de seu avesso
Cantasse mansamente.

Não tem nome de amor. Nem se parece a mim.
Como pode ser isto? Ser tenro, marulhoso
Dançarino e novo, ter nome de ninguém
E preferir ausência e desconforto
Para guardar no eterno o coração do outro."

(HH)