,e talvez não haja dor, nem o ódio nem o tédio, e muito menos haverá o amor, aquele amor que tudo fura, na verdade deve ser só silêncio, num abismo oco sem-cor-nem-som. Só isso mesmo que fica: uma ausência enorme de si próprio.
- "Afundando aos poucos numa vertigem em direção sem direção às cores multifacetadas multifacientes as faces e as formas e depois os roxos do amor e do nojo num branco siêncio em branco como contra um muro nem fundo sem fim".
sexta-feira, junho 26, 2009
terça-feira, junho 23, 2009
Dúvida
A Flor imatura permanece calada, não pela audácia das cores do sol.
Mal sabe ela, que por uma depender da outra, tudo segue o curso da poesia.
As rosas não falam por culpa dos espinhos.
P.S.: A dimensão da minha decepção também é inimaginável.
Mal sabe ela, que por uma depender da outra, tudo segue o curso da poesia.
As rosas não falam por culpa dos espinhos.
P.S.: A dimensão da minha decepção também é inimaginável.
segunda-feira, junho 22, 2009
Ela contraiu os lábios, a carne se dobrando em palavra. Ele tentou escutar, mas o som se dissolvia na chuva e escorria até o chão, não alcançando seus tímpanos cansados. Ele queria entender, entender as palavras, os gestos, Ela; queria entender por que as gotas da chuva não eram as únicas que escorriam por seu rosto marcado, fundo. Queria entender por que ela partia, por que pegaria o próximo trem e o deixaria só na estação, esperando sabe-se-lá-o-quê, com um buraco no peito e um vazio enorme nos olhos.
Ela queria saber por que Ele não entendia, queria também explicar que não era Ele, não, era Ela que não conseguia ficar presa num só lugar, numa só vida. Dizia então que queria ficar, mas que ficar lhe feria dentro-fundo, que era feito pássaro, nascera para voar.
Mas a chuva batia forte no chão, ensurdecedora, deixando todos os Porquês dela pairando no céu de nuvens negras e todos os Por quês dele vagando soltos por entre os pingos gordos de água gelada, à medida que Ela subia no trem e se afastava da estação cinza e Ele vasculhava o bolso do casaco de couro surrado, a procura da chave do carro.
Ela queria saber por que Ele não entendia, queria também explicar que não era Ele, não, era Ela que não conseguia ficar presa num só lugar, numa só vida. Dizia então que queria ficar, mas que ficar lhe feria dentro-fundo, que era feito pássaro, nascera para voar.
Mas a chuva batia forte no chão, ensurdecedora, deixando todos os Porquês dela pairando no céu de nuvens negras e todos os Por quês dele vagando soltos por entre os pingos gordos de água gelada, à medida que Ela subia no trem e se afastava da estação cinza e Ele vasculhava o bolso do casaco de couro surrado, a procura da chave do carro.
domingo, junho 14, 2009
quarta-feira, junho 10, 2009
Para Lucas.
Sorriso grande, um menino.
Encanta-me o feminino.
Um caso, um descaso.
Um cigarro, um abraço.
Apresento-lhe com prazer e libido,
O que mais me agrada os sentidos.
Na minha mente, dúvidas e certezas.
Sem saber, ele me traz segurança e leveza.
Tão infantil, tão maduro e prudente.
Especial, me conquistou o suficiente.
Quando eu quiser filhos, prometi que o chamo.
Meu querido, meu pupilo, já posso dizer que te amo.
Encanta-me o feminino.
Um caso, um descaso.
Um cigarro, um abraço.
Apresento-lhe com prazer e libido,
O que mais me agrada os sentidos.
Na minha mente, dúvidas e certezas.
Sem saber, ele me traz segurança e leveza.
Tão infantil, tão maduro e prudente.
Especial, me conquistou o suficiente.
Quando eu quiser filhos, prometi que o chamo.
Meu querido, meu pupilo, já posso dizer que te amo.
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