quarta-feira, outubro 29, 2008

"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.

Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante. Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento. Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.


Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer. Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade... também."


Oswaldo Montenegro

segunda-feira, outubro 27, 2008


Às vezes eu me impressiono com a minha capacidade de me identificar ou mesmo me reconhecer numa música, filme, texto ou imagem.

Como se inventasse a cada vez que reconta uma história, uma nova roupagem pra mesma situação.
Sem esses artifícios, meu mundo ficaria bem mais digno da pessoa que não sabe lidar com as palavras direito, numa proporcionalidade menor à destreza com os sentimentos.

Azar de quem não gosta de música (Daniel, essa foi pra você :P), de quem não tem hábito de leitura, de quem tem um dvd quebrado.

Falando nisso, vou reclamar (desculpem, quiçá seja o que faço melhor) da vida.
Desde que meu dvd quebrou, eu não consigo mais construir uma linha de pensamento decente (ou pelo menos tenho reconhecido uma maior dificuldade). Nem sei lá, escrever um post que faça sentido. Acho que fiquei muito abalada psicologicamente. Mais abalada do que permitiam as normas de segurança.
Estão todos condenados à minha mais do que nunca, confusa maneira de me expressar (ou não, porque nem sempre [palavras do mestre merecem vir em negrito, itálico, sublinhado, caixa alta e coloração fúcsia).

Que fique claro que a culpa não é só do defeito do meu queridíssimo e saudoso aparelho reprodutor de discos digitais de vídeo. Porque eu acredito na revolta dos objetos. Se ele descobrir o quanto achei sacanagem ser abandonada assim, talvez então, seja mais um a encarnar o palhaço de Fluorescent Adolescent. E vocês sabem [ou pelo menos alguns], o que aconteceria.



Até um momento de melhor clareza mental.



Mas antes de ir, um comentário ligado aos comentários do último post do blog da Laiane (ao qual até hoje não contribuí, apesar da co-autoria concedida, com a qual me sinto deveras agraciada):
Estou num momento esponja. Não tenho mais nada (se é que já tive, desculpem o excesso de falsa modéstia que muitas vezes parece existir apenas para provocar aqueles pequenos elogios que quase servem para manter a estima num nível mínimo seguro) a ser absorvido, mas preciso absorver. E muito. Porém, me sinto uma esponja no meio de algum deserto muito brabo (não se ofendam, minhas leituras têm sido o oásis).
Essa é a razão desses postzinhos assim de merda, que nem mais prolixos ousam ser.

sábado, outubro 25, 2008

Às vezes quando eu saio eu tenho vontade de deixar uma carta de despedida, um testamento dos meus sentimentos [são o único bem que eu tenho], porque parece que eu não vou mais voltar. Se bem que eu tenho quase certeza de que numa dessas eu não volto mesmo, sei lá porque. Impressão de que se vai morrer cedo, mas isso nem me assusta. Meu pai também acha isso. Talvez por ele ter visto meu irmão, que parecia gostar de viver mais intensamente [ou talvez tanto quanto eu] morrer cedo.
Eu ia escrever uma grande carta de despedida ontem, mas eu tava atrasada pra sair mais uma vez.
Mas enquanto eu pensava nisso, eu reparei que toda vez que vos falo, é uma carta de despedida. então tudo bem se eu sair e não voltar mais, porque talvez eu já tenha falado grande parte das coisas que eu quereria falar-vos.
E talvez esse negócio de carta de despedida seja só um recurso para que eu não possa nunca esquecer das pessoas.
Essa é a única morte que eu tenho medo.



[caralho, tô tão cansada que nem tô raciocinando direito. acho que tinha Easy Date no drink que eu bebi sem saber de quem era. :P]
p.s.: Piña Colada até que é bom, né, cara. pena que eu não sei beber.

quinta-feira, outubro 23, 2008

[b]roxa flor, que por hoje desflora
certo cinza, que há tempos desbota
e o vermelho, bem vivo no agora
só denotam o brilho da cor

outras cores, nem um pouco tortas
tamarindo, castanha e amora
felizes, a abrir a porta
a mostrar o seu calor

se achares que pouco me importa
a importância que deles me toca
peço então que não fales agora
pois estou a cantar meu amor[/b]




peço que não me reprimam, eu tava lóki de susbtâncias nocivas
eu tenho é vergonha porque eu sou assim, mas eu vô aproveitas que elas ainda tão sob efeito e vo fazer isso pra me bater depois

e a maior parte desse poema faz muitas metáforas, caso alguem queira entender
se bem que talvez isso acabe com a graça dele, mas não importa, eu acho
:B

quarta-feira, outubro 22, 2008

"Noite passada inventei um novo prazer
E quando estava a experimentar, foi a primeira vez que eu pude tolerar"
E então, o que aconteceu?
É que se algo tem chance de dar errado, certamente dará.
E deu. Como sempre.
Desculpe desde já se semana que vem eu tentar convencê-los novamente de que não quero nunca mais quase morrer asfixiada e inconsciente na praia.
Eu tentei, mas parece que existe um complô. As coisas vão desmoronando, desmoronando.. Até chegar num ponto crucial.
Sabe castelo de cartas? Então. Você constrói, ele fica lá lindo, imponente.
Até vir uma brisa. Uma brisinha de leve. Inocente e tudo mais.
E a filha da puta faz aquela cartinha do cantinho inferior direito balançar.
Quando você vai ver, caiu a porra toda e você nem sabe porque ou daonde veio.
É, galerinha.. ela veio. E não adianta tentar consertar ou identificar o problema. Já tá tudo ali, desarrumado na mesa de novo.

Uma dose de vodka, por favor.




Denotativamente:
Meu DVD quebrou. Talvez tão futilidade quanto o sumiço do dicionário.
Nem todos os meus sentimentos são nobres.
Desculpem o desencantar.
Hoje a culpa não é de nenhum deles, porque todos eles estão sendo expulsos.
No meu mundo não tem espaço pro espaço vazio.
Ou desce, ou dá. Decida.


(Acordei meio Arnaldo)

segunda-feira, outubro 20, 2008

Absorvente

Com abas, sem abas, de redinha, perfumado, fluxo moderado, fluxo intenso, care free, noturno. Inventam problemas para venderem soluções.
Por que eu não posso usar o mesmo que você?
Só porque a sua bunda é maior que a minha?
Só porque você é homem?
Ah, vamos lá, experimente! Sinta-se como a gente! Afinal, é só sangue. Só sangue sujo. E o filho que não veio.


E se vazar?
Ai, se vazar!
Que vexame pra você! Que vergonha do coração vermelho na sua calça! Mas pra ele isso é libertação. Será que ninguém nunca pensa em como se sente o pobre vilão absorvente?
Sufocado, apertado, afogado em sangue sujo e desconhecido. E depois de tudo isso, é enrolado e vai pro lixo! Até você, Dona do Sangue, tem nojo dele. Mas o absorvente tá lá, descartável, desagradável, mas tá lá, tapando o seu buraco.
Coitado mesmo era o absorvente da tua vó, que era sempre o mesmo: usado, lavado, reusado. Só descansava quando o maldito fluxo resolvesse acabar. Mas mês que vem ele volta, porque corações foram feitos para enfeitar o peito dos sentimentais e as cartas de amor e não a bunda da sua avó!

domingo, outubro 19, 2008

Acometida por uma felicidade estranha e repentina.
Talvez a regularidade do sono ou a fragrância nova.
Talvez os Morangos Silvestres.
Talvez a alta taxa de cafeína no organismo.
Confesso que a última semana não foi das melhores, porém, como boa inconstância que sou (e prefiro ser assim a ser o que é o de sempre), espero que essa (e as próximas, já abusando da boa sorte) sejam antagônicas à passada.
Distribuindo declarações de amor (praticamente auto-destrutivas, quando se trata de alguém limítrofe como eu) enquanto há tempo, verdade e liberdade.

sábado, outubro 18, 2008

esse é só o começo do fim da nossa vida
deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
que a gente vai passar
veja você, onde é que tudo foi desabar
a gente corre pra se esconder...
e se amar, se amar até o fim
sem saber que o fim já vai chegar
deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar
{conversa de botas batidas-los hermanos}
será? que o fim está próximo é um fato.
mas será q esses seis anos e alguns meses
serviram só de passagem ou estufa?
mutações aconteceram,
tanto no fenótipo quanto no genótipo.
mais do que uma ilha d'excelência
a luta continua!
e não me venha pedir coerência...
pois foram tantas que passei por aqui...
não dentro das estufas de mofo,
mas sim no A e B, onde apesar do nome não se pode correr,
talvez seja para que possamos aproveitar cada vez mais
a cada passo um rosto que não irei esquecer
e suas histórias...
histórias de soldados, de militantes, de comunistas
de reacionários, de pessoas, de arvores e cigarros
e como arvore me sinto podada
por modos de avaliações esquizofrênicos e malditos vestibulares
máquinas de fazer dinheiro para pê a gás e outros...
qual a solução?
passar para a próxima etapa
round 2, e continuar lutanto por educação e cultura
e que todos tenham acesso
utopia?
a utopia é realizavel, como diria zé pacheco

(:

A gente quer inteiro e não pela metade
[Comida- titãs]

quinta-feira, outubro 16, 2008

Ele canta e até dança as músicas que eu ouço. Ele teve uma banda cover de Beatles e era vocalista. Sonhava ter uma bota igual aos dos nossos ídolos. É por causa dele q eu sei que Lucy in the Sky with Diamonds não é só um nome de música grande. Ele consegue identificar os álbuns aos quais cada música pertence e contar uma história relacionada sempre. O John Lennon tirou uma foto com um chapéu típico espanhol. O mais fraquinho de mente era o Ringo Starr, que só tocava bateria. E Anna nem é deles, além de ter sido lançada à parte. Ele diz que eu deveria ter vivido naquela época, teria vivido a vida sem temor.
Ele é meu pai e isso é uma declaração de amor que talvez ele nunca saiba que existiu.

quarta-feira, outubro 15, 2008

1 - Quando o dicionário some é como se eu tivesse perdido a chave de casa.


2 - Pensei que alecrim tivesse um cheiro melhor. Não, não melhor, um cheiro que remetesse a algo. Mas por que teria já um significado se eu não o conhecia?

"Usado externamente, é bom para limpar feridas, principalmente de diabéticos e pessoas que tem dificuldades de cicatrização. Por ter um sabor muito forte, deve ser usado com moderação.

É uma das ervas que ajuda na depressão e estados permanentes de cansaço por problemas emocionais.

Ajuda também muito os com uma estrutura emocional passiva, que não respondem de forma concreta às agressões da vida. Aumenta a capacidade de aprendizado. É a planta chave da falta de auto estima.

Atua nos desconfiados, nos que não acreditam em si mesmos, nos que não têm coragem de se lançar em novos projetos. É A ERVA DA CORAGEM."

Agora fica fácil de entender porque não fui capaz de reconhecer o cheiro do alecrim.
O prazer seria todo meu.
Na verdade eu só fiz um blog porque eu acho digno. Faz parecer que você sabe escrever bonito.
E também porque pode convidar pessoas a escreverem com você. Isso sim é digno. Fotolog é muito solitário. Solidão é vazio. E vazio é oficina do Diabo.
Hoje eu quero tirar férias do inferno.