sábado, agosto 28, 2010

Temo que as vezes super valorizamos a liberdade, sem entender que perder um pouco de nossa liberdade possa ser algo mais proveitoso para o coletivo, Hobbes fala de um estado de natureza onde temos liberdade, mas temos também total estado de guerra de todos os homens contra todos os homens. Creio que Hobbes foi um pouco exagerado, mas total liberdade é bastante caótico, hoje a nossa política é de interesse individual e status social, contrariando o seu objetivo principal que é o interesse coletivo. Com isso concluo que essa mudança de ideologia seja apropriada para ganho do coletivo que por exemplo não tem o direito de escolher onde seu filho vai estudar por não ter como pagar, lanço uma pergunta, esse que não pode pagar tem como escolher, tem essa tal liberdade?

segunda-feira, agosto 16, 2010

floresta


Blog escrotizando a imagem. Outra vez.

Aparentemente, o blog destruiu a qualidade da imagem.
Mas se exibi-la em outra página, fica direito.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Voyeur

Era triste que sua beleza era tudo que ele tinha a oferecer, seu mundo repleto de futilidades não tinha alma de herói, ao menos ele poderia usar heroína. Calado era magnífico só que quando abria a boca era o verdadeiro horror.
Desolada vive nossa romance, eu era uma verdadeira voyeur a nossa a vida a dois, não me interessava pela sua vida, as vezes ele perguntava por mim, sobre mim, eu simplesmente o beijava, calando-o por fim. Ele não servia para conversar e falar sobre minha vida gastaria muito tempo.
A verdade que eu era tão bela quanto ele, pensava em manter nossa relação pela futura cria, mas não o apresentava aos meus amigos, a minha família e sequer a minha casa, mas eu gostava tanto de olhar para ele.
Uma noite em seu apartamento ele me disse “ Rosa, eu te amo” eu o olhei como sempre, levantei olhei-me ao espelho e não responde, nesse momento Victor levantou da cama e bateu com o meu rosto no espelho, eu desmaiei. Quando acordei tinha pontos no rosto e estava em um hospital, depois disso nunca mais ouvi falar de meu belo menino vazio.

Caro Senhor

Não posso mais servi-lo, não sei mais estar a sua sombra, querido, eu me pergunto como vai viver sem minhas coxas? Não poderá eu sei, mas isso não me importa agora, não sou sua menina e você já não é um rapaz.
Claro que me lembro dos dias de sol e também das noites frias sozinha no moquifo que me deste. Eu não quero mais te tocar, que nojo seu corpo sobre o meu, não vou passar minha vida sem família, apesar de todos saberem que eu sou uma verdadeira vadia, então se lembre, deixe aquela quantia, que a vida tá cara, para mulher sozinha qualquer.
Não vou deixar você partir, sem uma ultima dança. Comporte-se e tocará meus seios, sentirá minhas pernas e beijará meu ventre, só que não terá meus lábios.

domingo, agosto 08, 2010

por B.M.

Dedico aos que, como eu, também estão mortos.

sexta-feira, agosto 06, 2010

O asco de meus olhos,
O asco de meus cabelos,
O asco de meus seios,
O asco de meu rosto,
O asco de meu ventre,
O asco de meu ser.
O meus asco é a forma ousada como você me descreve.

terça-feira, agosto 03, 2010

Isso

Estou aqui em meu quarto, em minha casa, em meu corpo. No entanto só estou, e por isso passiva de mudanças. Um pouco cansada de tanto passado, de tanto presente e de tanto, mais ainda, futuro.
Mas há algo além, algo que não se encaixa na temporalidade do que há aqui dentro. É mais forte. Esse "isso" me faz cansar também. Ou por culpa das indefinições eu não tenha a consciência de que "isso" possa, pelo contrário, me trazer descanso. E me cansando ou não, necessito.
Talvez a necessidade se dê porque preciso de algo que me sustente no espaço onde existo. Se "isso" deixasse de existir eu flutuaria, morreria.
Às vezes deixo-o viver por mim, dentro da floresta que habita minha mente. Às vezes tento domá-lo na tentativa de me situar dentro de mim mesma. Assim como o "isso" existe na tentativa de situar meu corpo dentro do espaço físico que sobrevivo.
Maldito esforço que faço em tentar controlar todo esse fluxo que me deixa cansada. Canso mais ainda por conta dessa força que uso nas tentativas inúteis de pausá-lo.
Por fim, exausta, deixo-o livre. Sinto-me uma esponja. Sinto-me uma antítese viva que calmamente assiste à própria agitação. É desconfortável quando ele percorre minha teia e toca meus sentimentos. Mas para não me cansar, somente assisto-o, como um filme. Catatónica.
É como um filme: aleatório, mudo que grita, com cores desconhecidas frente à linguagem verbal, me canso. Foge de mim e vai virar catárse interna. Estar cansada é passivo de mudança. Mas além do cansaço que é a sensação física que me ocorre, há o natural, verossímel e veemente desejo de assistir o filme e não querer alterá-lo. Essa vontade perpétua não é passiva de mudanças, não está em lugar nenhum e nem se limita à mim de modo que eu não a compreendo. Porque "isso" simplismente é.

domingo, agosto 01, 2010

Oh, pecado do avanço
a quebra do traço
a humilhação em forma de náusea
o murmúrio constrangido de uma multidão
frente a nós, que vivemos a margem
da osquetra das buzinas e do nojo


E aqui, ao sul do Equador
esperamos que não nos padeça o grito
que exilado das nuvens
discursa em inglês sua espera árdua
e se limita à pureza e prosa
dos vermes, do lixo e das raízes.