sexta-feira, abril 30, 2010

Não sei.
Não quero saber.
Tenho raiva de quem sabe.

terça-feira, abril 27, 2010

à terrena

Passeio por lembranças infindas
Posso sentir o cheiro
Ainda posso sentir o cheiro
Fundo, maximizador de sentidos
De carne, de sangue, de ilusão
Passa por mim, atravessa-me o corpo

Por cima de tanta mortalidade havia.
Havia como cor primária
Havia querendo perpetuar-se
Desbotou então
Mas ainda é cor
Insiste sinestésica
perfume púrpura
ácida dor
música surda
arrepio cinza

surda ácida
perfume cinza
música arrepio
dor púrpura

segunda-feira, abril 26, 2010

Dialogo

- Você me ama?- perguntou Lia
- Como eu posso saber?- respondeu Cezar
Aos berros retrucou
- Caralho, como você me responde uma pergunta desse tipo, com outra pergunta?
Muito sereno retrucou
- Eu não sei o que é o amor pra você, então como eu posso dizer que eu te amo, se saber o que é o amor?
Ela cortou o longo dialogo
- Porra você podia dizer sim, sem ficar ai relativizando, sabe quando eu te conheci eu achava esse seu jeito sensual, mas você ainda é o mesmo pré-adolescente pelo qual eu tive interesse.
Cezar tenta argumentar, mas antes de conseguir Lia o agarra pelas pernas e o encara e continua.
- Porra cara, quando você me come você, nem ao menos me olha nos olhos, eu quero que você me foda e me encare, eu te amo, ainda te amo.
Ele já não tinha o que falar, agarrou-a pelos cabelos e a comeu como nunca tinha feito. No dia seguinte terminou o namoro, pois não agüentava esse tipo de pressão que ela fazia.

segunda-feira, abril 12, 2010

Homo

Homos levanta o dia como vento dos cantos, que vão levando a poeira dos sonhos tristes, que não chegam a ser pesadelos. Dentro de casa príncipe jovem existe sangue de rei dos campos, a morte assombra o nobre como a fome assombra o pobre, queria eu temer mais que temer o nada cheio de fabulas, mas sou tão nobre quanto pobre, sou sonhador, não sou, sou homos que levanta o dia como vento dos cantos, que assopram minha poeira.