quarta-feira, novembro 16, 2011

canário

Acordou num estalo, abriu os olhos e jogou em um estante toda a sonolência fora, se desesperou por não reconhecer o lugar e nem as pessoas que estavam a sua volta, olhou pra si a blusa suja de vomito, só de calcinhas e uma camisinha usada grudada na perna esquerda, entrou em pânico e pensava “fiz de novo”. Ana era desse tipo de menina festeira, só com 18 anos cheirava cocaína e bebia vodka, que perdia a noção de quem era e tinha seu corpo usado por muitos e muitos rapazes, alguns diziam que pelo fato dela não conhecer o pai a tornara uma vadia sem freios, necessitada de atenção masculina. Olhou mais uma vez a sua volta e reconheceu um amigo, Eduardo era mesmo uma bixa nojenta e sem escrúpulos, tava deitado em cima da barriga de um cara sem calças com a cara virada pro pau dele e com rosto sujo de porra, ela riu e levantou, com uma única duvida, quem havia a comido.
Ana fumava três maços de cigarro por dia, por isso não conseguia ficar sem fumar muito tempo, perto de Eduardo tinha malboro vermelho, o cigarro que Ana não se dava bem, mas ela o pegou, acendeu um cigarro e foi mijar, sentou com no vaso, ficou até o cigarro ter fim, ao se limpar reparou que tinha sangue, pensou que pode ser alguma DST e não ligou, saiu e foi até espelho tinha, roxos por todo corpo, riu-se e pensou “noite divertida” foi até a sala do apartamento no 18 andar nas ruas de São Paulo, acendeu outro cigarro, as janelas daquele apartamento não tinham proteção, não tinham segurança, mas isso não a impediu de sentar-se na janela daquele prédio gigante a dois andares da cobertura, nisso ela reparou que onde ela estava sentada tinha poça de sangue, ela ficou catatônica por um segundo, mas logo entendeu ela estava perdendo o filho que não sabia que tinha, aquilo doeu tanto, tanto e que seus pensamentos voaram direto para o niilismo, nisso Eduardo entra na sala e eles se olharam e ele disse “não, bixa” e ela se inclinou para fora no apartamento voando direto pro chão e antes de 10 segundos seu corpo estava esmagado contra o asfalto.

Um comentário:

LARISSA LIRA TOLLSTADIUS disse...

Texto bem redigido. Boa descrição, tamanho bacana e me deixou curiosa pelo final. Mas muito pesado, já não tenho mais o hábito de ler esse estilo. Mas é mesmo apenas uma questão de gosto.