terça-feira, fevereiro 19, 2013

Calada

Nada no seu corpo conseguia abstrair a sensação de calor, levando-a loucura da felicidade momentânea, presa num corpo espacial determinado pelas ondas da voz dele. Qual tempo não via os tons laranja invadir de forma incomoda seus olhos, o por do sol é belo e agressivo e disso ela sabia. Camuflada e atenta ao seu comportamento agradável e padrão, não parava de encarar Henrique, passa horas falando da vida com a cabeça nas alturas e ele participava, lembrava e sacudia-se para entender melhor. Isabel falou horas dos cabelos e a conversa foi super interessante, tão sabidos e eloquentes podiam falar de coisas melhores. Tava lá toda serelepe, mesmo coberta pela sensação de indisposição que só que viveu um dia de calor carioca vai entender, não sei se ele viu, não sei se reconheceu ou melhor não reconheceu a nova criatura ali na sua frente, não era a mesma, mas falava e vivia no ritmo da outra. Era a mesma. Como posso negar as surrealidades de uma mente inquieta que grita sem o toque de alucinógenos, saiu perplexa confusa e meio frustrada, mas em paz. Percebeu que as guerras são pedras em seu caminho de uma verdadeira felicidade, tudo tá bem, né? Sim, então pra que não manter assim, entendeu a hipocrisia fantástica de esconder os temores quando eles não geram mais nada que destruição.

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